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Federação de vôlei do Rio terá primeira eleição em quase 25 anos

São duas chapas, após quase 25 anos sem uma disputa. Nesta quarta-feira, a Federação de Vôlei do Estado do Rio de Janeiro (FEVERJ) decidirá seu futuro em eleição. De um lado, Carlos Reinaldo Pereira Souto, à frente da entidade desde 1992. Do outro, Franco, bicampeão do Circuito Mundial de Vôlei de Praia e atleta olímpico nos Jogos de Atlanta 1996. O embate, porém, já é alvo de polêmica antes mesmo da realização.

Um dossiê apresentado pela oposição aponta irregularidades administrativas na entidade que gere o vôlei carioca. Entre as acusações, o bloqueio de contas por problemas na prestação de contas de eventos e ações judiciais que impedem o recebimento de verbas públicas pelos próximos cinco anos. O bloqueio da conta, inclusive, gera uma outra denúncia: os atletas estariam pagando as taxas anuais diretamente na conta do atual vice-presidente, Marcos Rozemberg.

Souto, técnico da seleção brasileira nas Olimpíadas de Montreal, em 1976, chegou à presidência da Federação de Vôlei do Estado do Rio de Janeiro em 1992. Desde então, emendou sete mandatos, com apenas uma eleição com concorrência no caminho. Na disputa de 1997, venceu a chapa formada por Dulce Thompson e Jackie Silva. Nesta quarta-feira, tenta se reeleger pela oitava vez e continuar à frente da entidade até 2024, mais uma vez ao lado de Rozemberg na chapa “Rio 2021”.

Franco encabeça a chapa “Voleibol RJ”. Ao seu lado, Mario Dunlop, prata no Pan de Winnipeg, em 1967, com a seleção brasileira de quadra. A dupla afirma que só conseguiu protocolar sua candidatura depois de um ano de tentativas. Até o momento, não houve comunicado oficial com o processo detalhado da eleição. Cada clube filiado, além das comissões de atletas do vôlei de quadra e da praia, tem direito a voto.

Mas, assim como na eleição da Confederação Brasileira de Vôlei, há pesos diferentes para cada membro, que ainda não foram revelados, mesmo faltando dois dias para o pleito. Entre os clubes votantes, Flamengo e Fluminense, que disputam a Superliga, além de Botafogo, Tijuca e Grajaú, entre outros. Uma nota oficial convocando a Assembleia Geral Ordinária foi publicada no site da Federação no dia 12 de janeiro, mas sem mais detalhes sobre o processo.

– Pedimos e não tivemos acesso. Segundo eles, porque não éramos filiados. Mas, por estarmos concorrendo, deveríamos ter acesso para conseguirmos montar um plano de gestão. Todas essas coisas vão dando imoralidade ao processo. São condenações ao longo de 30 anos que podem gerar problemas a quem assumir. Qual impacto disso no esporte no Rio de Janeiro? Não sabemos se é maior. São condenações por uso de dinheiro público, por falta de prestação de conta, e isso gera um impacto muito grande. Acho fundamental enaltecer práticas para que esse tipo de gestão não aconteça mais. O esporte não pode pagar pelos atos irresponsáveis de gestores – afirmou Franco.

Denúncia mostra pagamento de taxa da federação diretamente na conta do vice-presidente — Foto: Reprodução

Denúncia mostra pagamento de taxa da federação diretamente na conta do vice-presidente — Foto: Reprodução

Em uma troca de e-mails entre a Federação e um atleta, houve o pedido oficial para que a taxa fosse paga diretamente na conta do vice-presidente, Rozemberg. A prática teria sido institucionalizada após o bloqueio das contas da Federação.

– Não é pelo valor financeiro, é pelo moral. É uma pessoa física, dirigente da instituição. Como entra esse dinheiro na conta dele? Toda nossa investigação, nos enviaram de alguma forma como denúncia. Pessoas que não se expõem publicamente por medo de represálias. Muitas questões que precisamos saber ainda. E sempre nos foi negado o acesso – afirmou o candidato da oposição.

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